Um menino haitiano está há quatro meses sob custódia da justiça em São Paulo. Ele foi encontrado em uma estação de metrô e é vítima de tráfico internacional de crianças.
Numa estação de metrô na zona leste de São Paulo que o menino de 11 anos foi encontrado, no fim do ano passado. Policiais o entregaram ao Juizado da Infância e Adolescência.
Falando em Creóle, o dialeto haitiano, o menino contou que foi retirado da sua família no Haiti antes do terremoto de janeiro passado.
Segundo o juiz, o grupo de crianças do qual o menino fazia parte foi primeiro para a Argentina, depois Paraguai, Bolívia e finalmente o Brasil.
Daqui, ele iria para a Guiana Francesa. Não se sabe se este era o destino final ou a porta de embarque para a Europa.
O menino contou que conseguiu fugir do cativeiro em São Paulo. Ele está sob proteção policial.
O juiz que cuida do caso não pôde dar entrevista informou que a família da criança foi localizada no Haiti. A mãe morreu no terremoto. O pai quer o menino de volta. A Polícia Federal investiga o caso. Mas não há pista do paradeiro das outras crianças. A Interpol foi acionada.
O desembargador Antônio Carlos Malheiros, que é o coordenador da área da Infância e Adolescência do Tribunal de Justiça, conversou com o menino e ficou impressionado com a história que ele contou.
“Ele sugere que houve uma entrega por algum parente e não fala de violência de uma sonegação violenta. Ele fala que foi retirado do Haiti”.
O Tráfico de crianças é um problema grave no Haiti. Depois do terremoto só piorou Autoridades haitianas chegaram a prender integrantes de uma organização humanitária americana suspeita de retirar ilegalmente crianças do país. Descobriu-se depois que nem eram órfãos e tinham sido vendidas pelos pais.
Por Vinicius Alvarenga de Almeida Lage
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